Com base no histórico de distúrbios reprodutivos, foram realizados inquéritos sorológicos e tentativas de isolamento de Brucella ovis em 28 propriedades do estado de São Paulo, totalizando 294 ovinos. Os soros colhidos por ocasião das visitas aos estabelecimentos rurais foram submetidos ao teste de fixação do complemento. Durante os exames clínicos, também foram colhidas amostras de materiais biológicos suspeitos para posterior cultivo bacteriológico em meio Brucella ágar, num total de 16 fetos abortados, um útero, seis secundinas, 13 secreções uterinas, seis zaragatoas de muco vaginal, 17 amostras de sêmen e três zaragatoas prepuciais. A proporção de ovinos com histórico de distúrbios reprodutivos e sororreativos para B. ovis foi de 1,7% (5/294), sendo um macho e quatro fêmeas, com títulos variando de 800 UI a 1.600 UI. Quatro rebanhos dos 28 pesquisados apresentaram animais sororreagentes (14,3%). Todos os cultivos das amostras biológicas foram negativos, inclusive sêmen e órgãos reprodutivos de carneiro da raça Texel, positivo em dois testes de fixação de complemento com intervalo de seis meses. Nos rebanhos de ovinos do estado de São Paulo examinados, não foi possível relacionar os distúrbios reprodutivos à sorologia positiva para B. ovis. No entanto, foi detectada presença de focos, fator de risco para a disseminação da bactéria nos rebanhos.