Com o auxílio da metodologia de abordagem fenomenológico-hermenêutica, métodos de procedimento histórico e monográfico, e técnica de pesquisa por documentação indireta, o presente artigo investiga as consequências do fenômeno da modernidade a partir do conceito de colonialidade nas questões de gênero até a contemporaneidade, com o objetivo de demonstrar as contribuições de uma mirada decolonial como possibilidade disruptiva. Para tanto, inicialmente apresenta a origem e evolução histórica do feminismo, organizado em ondas, o qual desenvolve o conceito de gênero, analisado em segundo momento. Em sequência, aborda-se o conceito de colonialidade e sua constituição histórica a partir da modernidade como projeto de poder instituído de modo eurocêntrico. Compreende-se que, diante do exposto, a perspectiva decolonial sobre as relações de gênero insere aspectos antes desconsiderados como a própria dominação histórica e cultural exercida sobre as identidades percebidas como vulneráveis ou anormais, possibilitando uma possível ruptura com a lógica da naturalização que autoriza e perpetua comportamentos violadores de direitos humanos, ocasionando, ainda que de modo indireto, em incentivo e cultivo de uma cultura de violência de gênero naturalizada.