A cultura do compartilhamento e a reprodutibilidade dos conteúdos

Abstract

Diante de um acentuado discurso que coloca a convergência das mídias como fator ao mesmo tempo desestabilizador de estruturas tradicionais de veiculação de conteúdo na rede e também de inovação, o artigo desenvolve a ideia de “cultura do compartilhamento” no contexto da efetivação das plataformas de arquivamento e de disponibilização dos mais diferentes tipos de conteúdos na rede, principalmente a partir do surgimento da Web 2.0. Para tanto, apresenta algumas características dessa prática recentemente institucionalizada e legitimada, relativas à sua constituição no âmbito da cibercultura.

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“…A partir disso, inicia-se um diálogo e uma troca com a pessoa, o que é muito legal. O conceito de "cultura do compartilhamento", sugerido por Zanetti (2011), abrange não apenas os aspectos tecnológicos que possibilitam esse intercâmbio de conteúdos, mas principalmente a noção de sociabilidade resultante da convergência entre vários pontos da cibercultura. "Compartilhar significa 'participar de algo' , 'tomar parte em alguma coisa' , e também partilhar, dividir com outros" (Zanetti, 2012, p. 62).…”

“…A explicação sobre compartilhar se assemelha ao exemplo de H23 "Às vezes, eu vejo que eu fiz uma playlist muito boa e eu penso 'bah, todo mundo precisa ouvir isso'". Para Zanetti (2011), as bases da cultura do compartilhamento podem ser atreladas ao conceito de "inteligência coletiva", proposto por Pierre Lévy (1999, p.29), no qual o autor considerava que o "ciberespaço tornar-se-ia o espaço móvel das interações entre conhecimentos e conhecedores de coletivos inteligentes desterritorializados".…”

“…É que vai muito de pessoa, mas no nicho de amigos que eu tenho, a maioria de nós está muito no trabalho ou acaba compartilhando entre si no final de semana". Zanetti (2011) esclarece que a prática do compartilhamento fornece um índice de satisfação ou insatisfação ao consumidor, podendo aquele que efetiva essa ação (de compartilhar) ampliar seu espaço como um formador de opinião.…”

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“…Já em outro exemplo mostra-se o perfil de uma fã argentina, @juliialvarez que retweetou um conteúdo divulgado por outra fã, onde ressaltava que os fãs em todo mundo precisavam aproveitar de sua influência e se unir para ajudar a Floresta Amazônica. Esse ponto tem relação com o que Zanetti (2011) afirma ao falar que em termos de redes sociais não basta somente o usuário estar conectado para acessar algum conteúdo e ser "visto", mas essencialmente deve-se compartilhar, o que significar produzir e replicar mais conteúdos, tornando acessível a um grande número de pessoas.…”