Resumo: O objetivo foi investigar a prevalência de solidão e suas associações com indicadores sociodemográficos e de saúde em amostra nacionalmente representativa de adultos e idosos brasileiros. Foram analisados dados da linha de base (2015-2016) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) e incluídos os participantes com informações completas nas variáveis de interesse (n = 7.957). Solidão foi a variável de desfecho, cuja medida baseou-se na pergunta “Com que frequência o(a) senhor(a) se sentiu sozinho(a) ou solitário(a): sempre, algumas vezes ou nunca?”. As variáveis independentes compreenderam indicadores sociodemográficos e comportamentos e condições de saúde. As análises incluíram o teste qui-quadrado de Pearson, para cálculo das frequências relativas, e a regressão de Poisson, para estimativa das razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%). A prevalência de sempre sentir solidão foi de 16,8%; de algumas vezes, 31,7%; e de nunca, 51,5%. Foram observadas associações significativas entre sempre sentir solidão e depressão (RP = 4,49; IC95%: 3,93-5,11), morar só (RP = 2,44; IC95%: 2,12-2,82), baixa escolaridade (RP = 1,93; IC95%: 1,61-2,32), sexo feminino (RP = 1,53; IC95%: 1,36-1,72), autoavaliação de saúde ruim/muito ruim (RP = 1,48; IC95%: 1,27-1,73) e qualidade do sono ruim/muito ruim (RP = 1,21; IC95%: 1,05-1,41). Dado seu potencial de prejuízo à qualidade de vida, é necessário conhecer longitudinalmente as trajetórias da solidão e as variáveis associadas e usar esse conhecimento para o delineamento de políticas públicas e intervenções em saúde que poderão beneficiar o bem-estar biopsicossocial de adultos e idosos brasileiros.