O presente artigo tem como objetivo conhecer as repercussões subjetivas da hemodiálise, do diagnóstico ao tratamento, bem como as implicações na vida das pessoas com doença renal crônica (DRC). Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório-descritivo, com suporte do software IRaMuTeQ para análises de corpus textual, por meio da análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD). O estudo foi realizado em um hospital de ensino do interior do Ceará (CE). A amostra foi constituída por oito pessoas que faziam tratamento hemodialítico, com média de idade de 45,62 anos e com tempo médio de tratamento de hemodiálise de 3,25 anos, através de entrevistas individuais semiestruturadas. Após análise, emergiram duas categorias: receber o diagnóstico de DRC e “passar horas ligado à máquina”; repercussões subjetivas de uma nova condição. Os relatos evidenciam manejos de tempo muito particulares quanto ao reconhecimento de sintomas físicos, procura por cuidado e reação diante da doença. A pesquisa revelou que fazer hemodiálise implica em mudanças corporais reais. Indicou, ainda, a simbolização da hemodiálise como vida que impõe novas experiências e sentimentos; que estabelece novos modos de viver subjetiva e socialmente; que dita limitações e restrições alimentares. Os entrevistados apontaram sentimentos como medo, dúvidas e insegurança presentes nessa condição clínica.