A disciplina de língua brasileira de sinais no ensino superior: compartilhando experiências

Abstract

RESUMOEssa pesquisa, de abordagem qualitativa, tem por objetivo promover uma discussão a respeito do desenvolvimento da disciplina de língua brasileira de sinais (Libras) nos cursos de Pedagogia, seus avanços e fragilidades a partir de uma pesquisa empírica realizada em dois cursos de Pedagogia de duas universidades públicas do estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada a partir do oferecimento da disciplina de Libras nos anos de 2012 e 2013. Como instrumentos utilizados para a coleta de dados, foram utilizados questionários, além da análise dos planos de ensino das disciplinas e os sujeitos participantes foram dez alunos que cursaram as disciplinas nos anos destacados. Por meio deste estudo, verificou-se que a disciplina de Libras contribuiu significativamente com o processo de formação dos estudantes, considerando a sua carga horária e oferecimento no curso. PALAVRAS-CHAVE: Língua brasileira de sinais. Educação superior. Formação de professores. ABSTRACTThis research takes a qualitative approach to reach its objective of starting a discussion on the development of Brazilian Sign Language (LIBRAS) as a subject, its advances and weak points in the Pedagogy courses, based on the experiences of two Pedagogy professors of two public universities in the state of São Paulo, Brazil. The research took place in the years 2012 and 2013. The methodological tools were questionnaires, besides studying the teaching plans of disciplines and the participants were ten students that were attending the LIBRAS course during the highlighted years. Through this study, it was possible to verify that LIBRAS as a subject has significantly contributed with the educational process of the students, when considering its duration and disposition within the Pedagogy course. KEYWORDS: Brazilian Sign Language (LIBRAS). Universities. Teacher education. RESUMENEsta investigación, de abordaje cualitativa, tiene el objetivo de promover una discusión acerca del desarrollo de la materia de lengua brasileña de señales (Libras) en los cursos de Pedagogía, sus avanzos y fragilidades a partir del relato de experiencias de dos docentes de cursos de Pedagogía de dos universidades públicas del estado de São Paulo, Brasil. La investigación se basó en el ofrecimiento de la materia de Libras en los años de 2012 y 2013. Como instrumentos metodológicos, se utilizaron cuestionarios, además de estudiar los planes de enseñanza de las disciplinas y los sujetos participantes fueron diez estudiantes que cursaron las materias en los años destacados. A través de este estudio, se verifico que la materia de Libras ha contribuido significativamente con el proceso de educación de los estudiantes, considerando su carga horaria y ofrecimiento en el curso.

Desafios na implementação da disciplina Libras na educação superior

“…Este fato ocorre, inicialmente, por conta do próprio decreto de regulamentação da Libras, uma vez que sua promulgação está prestes a completar 17 anos e que, portanto, o prazo para as Instituições de Ensino Superior (IES) se adequarem nessa implementação curricular contemplando a disciplina de Libras, foi finalizado. Ao mesmo tempo, esse processo tem aproximado as discussões sobre a área da surdez não apenas para atender o decreto, mas como oferta de uma discussão crítica, teoricamente sólida que forme profissionais aptos para atender os surdos (Nascimento;Sofiato, 2016).…”

Quando a língua portuguesa visita a Libras: explorando o design thinking e o contato entre línguas no Ensino Médio

“…No entanto, há olhares ainda escassos no que diz respeito às linhas de pesquisa específicas, como análise da conversa, ensino de línguas para fins específicos, linguagem e literatura, trabalho e linguagem, entre outros. Além disso, o ensino de Libras a grupos majoritários, neste caso os ouvintes, ainda carece de práticas e propostas de ensino e aprendizagem a esse público (PEREIRA, 2009;NASCIMENTO;SOFIATO, 2016;VERAS;BRAYNER, 2018). Mesmo com a inserção da Libras nas instituições universitárias, Nascimento e Sofiato (2016) e Veras e Brayner (2018) destacam que a disciplina de Libras na academia não contempla o que se espera pela legislação, que é formar profissionais que conheçam conceitos sobre a pessoa surda, surdez e a Libras, e recebe pouco espaço nos campos da pesquisa em ensino de língua(s), tornando cada vez mais difícil a sua afirmação e efetivação sobre e nas ações de ensino e aprendizagem da Libras nas Instituições de Ensino Superior (IES).…”

“…Esses alunos ouvintes aprenderam sobre uma língua viso-espacial no contexto da Educação Básica. Nesse sentido, entende-se que esse pode ser um ponto de partida para estudos futuros, potencializando as (GESSER, 2009;, bem como os envolvimentos futuros desses alunos com a Libras nos diversos espaços sociais, nos quais também está o contexto acadêmico (BRITO et al, 2013;NASCIMENTO;SOFIATO, 2016;VERAS;BRAYNER, 2018;MARTINS, 2008). Retorna-se ao arcabouço teórico da LA, em que sua "visão pluri/multi/interdisciplinar" (CELANI, 1998, p. 132) ganha voz neste estudo, pois concentrou-se no ensino de línguas, neste caso, a língua portuguesa, como capaz de dar lugar e valorizar a Libras nas aulas da Educação Básica, utilizando a metodologia ABRP como abordagem de ensino adotada pelo professor, e o design thinking, como tarefa e abordagem de estudos experienciadas pelos alunos.…”

“…Nos aspectos gerais deste artigo, foi possível acompanhar discussões e estudos destacando as concepções de línguas minoritárias (ALTENHOFEN, 2013;MEULDER et al, 2019), especialmente a língua de sinais brasileira. No Brasil, a Libras cada vez mais vem construindo seu legado, seja na LA (QUADROS, 1997; SOUZA; BARCELOS, 2016; OSTERMANN; GUIMARÃES, 2019) ou nas práticas de instituições educacionais em que se evocam a aprendizagem e ensino de uma ou mais línguas (NEIGRAMES et al, 2018;NASCIMENTO;SOFIATO, 2016;PEREIRA, 2009;SILVA, 2015). Mesmo a Libras estando, por vezes, à margem do Português, é possível colocá-la em contato nas aulas dos ouvintes, ressignificando os objetos de estudos nas aulas de língua materna, valorizando o idioma utilizado por grande parte da comunidade surda e pensando em soluções para problemas reais nos contextos onde emergem a(s) língua(s) e a linguagem.…”