Na promoção da educação para surdos, é importante pensar e organizar um ensino que lhe garanta participação plena, fazendo uso de sua língua dentro do recinto da sala de aula, e dos demais espaços escolares. Desta forma, abordar o ensino de Ciências a alunos com surdez se fez necessário, de modo a mostrar como o ensino vem sendo desenvolvido, bem como se a inclusão está atendendo às características linguísticas de aprender. O presente estudo teve como objetivo analisar os desafios do ensino de ciências para alunos surdos em duas escolas públicas pertencentes a rede estadual de ensino do Piauí, na modalidade do ensino médio. Por meio de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, realizou-se um relato das experiências vivenciadas na disciplina de estágio supervisionado no primeiro ano do ensino médio, juntamente com uma revisão da literatura, de modo a se explanar sobre o tema e compreender tal relação. Neste sentido, utilizou-se os descritores inclusão, ensino, aprendizagem, formação pedagógica, estratégias, recursos visuais e gestuais. Os resultados inferem que, apesar da existência de leis que assegurem o direito ao ingresso à escola e à educação, estas não são as únicas garantias que tornam possível a qualidade do ensino aos estudantes surdos. Foi verificado ainda que se faz necessário rever a presença de professores despreparados para a ação da inclusão, escassez de alguns sinais em Libras que expressem as temáticas em ciências, bem como a promoção da formação continuada de professores em Libras, além da estruturação de escolas não bilíngues.