O presente ensaio busca localizar o Novo Ensino Médio, determinado pela Lei n. 13.415/2017, como um desenho curricular que traz, para a última etapa da Educação Básica, mudanças como ampliação da carga-horária, divisão da formação em geral e específica e possibilidade de carga-horária a distância. No entanto, com o desenvolvimento de sua implementação, já é possível verificar que as alterações propostas não acarretam novidades nas estruturas escolares, ou seja, a mudança se faz para manter e aprofundar uma dualidade educacional e não há nada de novo no front do processo de metabolismo do capital no qual a escola se inscreve. Tendo em vista esses indícios, buscamos elucidar que o cerne do Novo Ensino Médio se situa no Projeto de Vida, componente curricular permeado pela noção de empreendedorismo como categoria indispensável à preparação do(a) jovem para o trabalho. Para tanto, utilizamos uma abordagem qualitativa, que contou com um panorama histórico-normativo das reformas educacionais decorridas no Brasil desde a década de 1930 e uma pesquisa bibliográfica-documental de cunho materialista-dialético para desvelar criticamente as intencionalidades desse novo projeto de Ensino Médio e suas relações com as transformações do mundo do trabalho que culminaram na reforma trabalhista aprovada pelo Governo Temer.
Palavras-chave: Novo Ensino Médio. Projeto de Vida. Currículo crítico. Mundo do trabalho.