Este artigo é sobre históricas possibilidades subjetivas do/no universo das travestilidades entre as décadas de 1950 e 1960. Como anunciado no título, a questão central é indagar e problematizar “‘Quem trouxe a moda do Travesti para o Brasil’?” Essa questão nasce de uma reflexão referente ao título de uma matéria presente na edição 75 da Revista Manchete (RJ), com data de publicação do dia 26 de setembro e, que apresenta Ivaná como peça central, esse, um importante e famoso artista transformista do período no Brasil. A partir da indagação será criada a possibilidade de pensar e questionar o fenômeno reconhecido como travestilidades no espaço dos palcos dos teatros e a emergência de uma nova subjetividade travesti forjada a partir de modificações estéticas-corporais por meio da ingestão de hormônios. Logo, indago, o que seria uma “moda do travesti” – como proposto pela revista mencionada. Algo passageiro? Seria esse o sentido oferecido pela imprensa? Talvez sim. Contudo, saliento que, para além dos hormônios, redes de amizade constituídas em espaços de sociabilidade como boates e teatros foram de grande importância para a constituição de desejos, trocas, sonhos, negociações que possibilitaram a emergência das históricas subjetividades travestis durante o decorrer das décadas de 1950 e 1960.