“…E é, portanto, nessa fronteira que se situa a interculturalidade crítica que, segundo Walsh (2010, p. 15), "deve ser entendida como instrumento pedagógico que questiona continuamente a racialização, a subalternização, a inferiorização e seus padrões de poder". Nesse sentido, acredita-se que adotar a pedagogia deco-lonial ajuda a ultrapassar a monocultura moderno-ocidental-capitalista, para dar centralidade à vida e, portanto, ao trabalho ainda incompleto de humanização e decolonização (Backes, 2014). Tomando como referência o educador brasileiro Paulo Freire, pode-se dizer que a pedagogia decolonial seria aquela capaz de libertar a consciência dos oprimidos, sujeitos invadidos pela cultura opressora, e que, segundo ele, "foram transformados em seres duais, processo em que ser é parecer e parecer é se parecer com o opressor" (Freire, 1987, p. 32).…”