A Expansão Sucroalcooleira E a Devastação Ambiental Nas Matas De São Patricio, Microrregião De Ceres, Goiás

Abstract

A microrregião de Ceres está situada na mesorregião central de Goiás, em uma área que era conhecida como Mato Grosso de Goiás. A descrição dessa região como “Mato Grosso” decorre da formação florestal em áreas de Cerrado, que compunha, com outras fitofisionomias, o mosaico de vegetação do bioma em Goiás. Essa área foi, por muitos anos, preservada em função das características econômicas da ocupação do território goiano, que no século XVIII experimentou uma expansão da fronteira da mineração, e, no século XIX, da fronteira pecuária. Nessas duas formas de ocupação de fronteira, a área florestal do Mato Grosso de Goiás não apresentava interesse aos exploradores do território, em parte por não favorecer essas atividades econômicas. A partir das primeiras décadas do século XX, essa região inicia-se um processo de ocupação, em decorrência da ampliação da ferrovia e de redes rodoviárias que valorizaram áreas próximas ao Mato Grosso de Goiás. Em 1935, a ferrovia chegava a Anápolis e iniciava a construção de Goiânia nessa região florestal. Na década de 1940, na política da Marcha para o Oeste, o governo federal instalava uma Colônia Agrícola Nacional na região das Matas de São Patrício, parte norte do Mato Grosso de Goiás. Inicia-se o processo de ocupação e devastação dessa área florestada. Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo é apresentar parte desse processo de devastação das áreas florestadas, com destaque para o uso do solo na parte do final do século XX e no início do século XXI, por meio da expansão da atividade sucroalcooleira. A pesquisa documental pretende apresentar os indícios da devastação florestal, fundamentados nos pressupostos teórico-metodológicos da História Ambiental.

El paisaje en la literatura goiana: el “Mato Grosso Goiano” en la obra de Carmo Bernardes

“…Ao construir o esboço da realidade de um local por meio de símbolos e percepções, inserindo-a num contexto físico e humano, a criação literária "cristaliza" um período de tempo em suas páginas (Silva, 2013); tornando-a, portanto, essencialmente geográfica. Geografia, Literatura e Arte, v.4, n.1, p.6-30, jan.2024DOI: 10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2024 Esse caráter pitoresco e exterior da literatura regionalista, seguido pela condensação e deformação da narrativa (Pereira, 1988), segundo a própria experiência e vocação do autor, objetiva ou ficcional, é precisamente o que a confere menor ou maior grau de subordinação à paisagem.…”

“…A literatura regionalista produzida em Goiás, no decorrer do século XX, foi marcada pela prosa de ficção, inicialmente influenciada por autores mineiros, em cujas narrativas a paisagem local era constantemente enaltecida (Teles, 2007). Diversos autores goianos relataram autênticas sagas do ambiente rural, nas quais o homem e a sociedade do campo aparecem como protagonistas, circunscritos às condições ásperas e rudes do meio natural, do qual tiravam seu sustento e nutriam um senso de pertencimento, frente à exuberância encantadora do sertão Paul, 2008;Silva, 2013. Oliveira, 2016.…”

“…Na literatura goiana, o escritor Carmo Bernardes (1915Bernardes ( -1996 mostrou singularidade entre seus pares, através de apreciável habilidade descritiva, e da união da tradição popular ao seu repertório individual, mesclando a narrativa ficcional à memória do povo Estevão Freitas Santos Geografia, Literatura e Arte, v.4, n.1, p.6-30, jan.2024DOI: 10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2024 e do local, de forma a promover um registro físico, social e cultural do interior goiano (Souza, 2009;Silva, 2013). Conforme Araújo (2009), sua narrativa abarcava " um levantamento de costumes, paisagens e tipos humanos".…”

As Chuvas Em Ceres - Go (Brasil):

“…Considerando-se o fato de não haver estudo sobre variações pluviométricas históricas em Ceres e a importância deste município para a região, bem como os diversos fatores que são influenciados pela chuva, como planejamento urbano, agricultura, e até mesmo cobertura vegetal da região, fazse necessário uma análise dos dados de precipitação, a fim de traçar um perfil deste município, analisando as variações ao logo do tempo. A microrregião de Ceres tem na atividade agrícola o elemento fundamental de sua história socioeconômica, relacionada, sobretudo, à ocupação dessa região por meio da expansão da fronteira agrícola (FERREIRA;DEUS, 2011;SILVA;BARBALHO;FRANCO, 2013). Essa microrregião leva o nome de município de Ceres, que se originou em 1942 através do projeto das Colônias Agrícolas Nacionais.…”

Preservation areas x environmental legislation in the Rio das Almas hydrographic basin, Ceres microregion (GO) between 2008/2016

“…According to studies by Dutra, Barbalho and Franco (2013), the Almas River basin in the Ceres Microregion had much of its forest cover devastated due to the expansion of the agricultural frontier, both for agricultural occupation and for the expansion of urbanization. Recently Barbalho et al (2015) elaborated the vegetation mapping in a historical series of this area between 1975, 1985 and 2012, using landscape metrics and the results showed a high vegetation fragmentation index, with a reduction in the average fragment size.…”