“…Finalmente, os serviços de apoio domiciliário (muitas vezes indispensáveis numa fase mais avançada da vida) são prestados frequentemente por profissionais pouco qualificados ou até indiferenciados, ao contrário do que sucede em unidades residenciais para idosos.Nos últimos anos, o uso generalizado da expressão «aging in place» levou à sua rápida disseminação, apesar de não haver, à semelhança do que sucede com tantos outros conceitos, uma definição única que estabeleça as suas fronteiras ou um corpo teórico único que sistematize o seu uso(SCHOFIELD et al, 2004). Parte desta confusão concetual decorre da própria natureza do que significa «envelhecer em casa», juntando aqui dois elementos distintos e suscetíveis de diferentes interpretações; por um lado, a noção de «envelhecimento» -há diferenças entre um envelhecimento normal e um envelhecimento patológico, por exemplo(FONSECA et al, 2020) -e por outro lado a noção de «casa» -que poderá ir desde a residência pessoal ao local onde essa residência se insere. Diversas contribuições foram surgindo, com origem essencialmente na gerontologia, mas também na sociologia, na psicologia ou mesmo na geografia e no urbanismo, o que não facilita a existência de um quadro concetual capaz de unificar os contributos de cada uma destas áreas científicas(FERNANDEZ-CARRO, 2013).De qualquer modo, no seu conjunto, estas disciplinas reconhecem que o conceito de aging in place "Aging in Place" -Envelhecer em casa e na comunidade António Manuel Godinho da Fonseca PerCursos, Florianópolis, v. 24, e0104, 2023 p.6 o aging in place é que se trata de uma experiência referida ao domínio privado, como alternativa à institucionalização.…”