Gostaria de deixar registrado, primeiramente, meu sincero agradecimento ao Prof. Dr.Ricardo Castillo por ter contribuído profundamente para minha formação como geógrafo e como pesquisador, através de sua ética e rigor teórico, e por ter sido um estimado amigo nesses anos de pesquisa.Em segundo lugar, a pós-graduação me proporcionou contato ainda maior com dois colegas de estima que não posso deixar de relembrar: o jovem Henrique Faria, que tem paixão pela geografia e que me inspirou bastante ao longo desses anos, e ao experiente Robson Simões, que nunca deixou que eu duvidasse de minha capacidade dentro da academia.A todos os amigos que tive o prazer de conhecer ao longo da graduação e que ainda caminham ao meu lado ofereço minhas humildes palavras de agradecimento, mas em especial para Maurício Moysés (grande guerreiro e poeta), Marcel Esteves (que me apresentou a política pública que motivou essa dissertação) e Carol Chiodi (grande amiga e profunda conhecedora das geotecnologias!).
Aproveito também para relembrar os professores doutores Fernando Mesquita e JoséGilberto, que leram e avaliaram minuciosamente essa dissertação e me proporcionaram importante reflexão durante a banca final.Por fim, agradeço minha família, e minha esposa, Juliana Biar, que, mesmo diante de tantas adversidades nesse percurso da pesquisa, sempre esteve ao meu lado e prontamente ofereceu conforto em suas palavras e ações.
RESUMODesde a década de 1990, o circuito espacial produtivo do leite no Brasil vem sofrendo alterações em sua arquitetura, principalmente a partir do aprofundamento da divisão territorial do trabalho e a especialização regional produtiva. A partir de mudanças técnicas e normativas, regiões tradicionalmente pouco importantes na pecuária leiteira começam a ganhar destaque, principalmente o Sul e o Centro-Oeste, bem como grandes corporações concentram cada vez mais o mercado de leite no país. Os pequenos pecuaristas são os agentes mais afetados por essas transformações, em parte devido à dificuldade de se adaptar às normatizações para a melhoria da qualidade do leite, mas também pelo controle cada vez maior da circulação desse produto por empresas que remuneram pouco e exigem cada vez mais quantidade e qualidade (segundo critérios técnicos) da matéria-prima. Parcela significativa desses pequenos pecuaristas tem deixado a atividade ou permanecendo com muitas dificuldades, ora intercalando a produção de leite com a pecuária extensiva de corte, ora comercializando seu produto no mercado dito informal. Nesse sentido, alguns programas do governo federal vêm tentando, nos últimos anos, estimular a produção de leite da agricultura familiar, como é o caso do Programa de Aquisição de Alimentos -Modalidade Leite (PAA-Leite), instituído em 2003. Esse programa, como constatamos, contribui para a permanência desse segmento de produtores no circuito espacial produtivo do leite a partir de uma logística arquitetada pelo Estado e operada pelos agentes do mercado, capaz de produzir o cimento essencial que liga a ponta da produção propriame...