A Geração De Desigualdades Sociais No Bojo Da Escola Pública: Relações De Controle E Dominação

Abstract

A presente pesquisa se propõe a investigar as desigualdades geradas no bojo das escolas públicas, analisando a maneira como estas se organizam para enfrentar, omitir ou reforçar práticas de desigualdade. Dessa forma, numa abordagem qualitativa, desenvolveu-se a pesquisa a partir de estudo bibliográfico, fundamentando-se em Bourdieu e Passeron (2013) Dubet (2003), Lahie (2008), Valle (2015) dentre outros. A pesquisa objetivou conhecer o conceito de desigualdade, desigualdade escolar, relacionando-as com possíveis categorias explicativas (desigualdade social, dualidade escolar, violência simbólica, entre outras); analisar sociologicamente as funções educativas objetivadas pelas escolas, formas de organização escolar e seus efeitos aos discentes. O trabalho possibilitou ver que a escola não é uma "caixa preta" das desigualdades sociais, contudo, a própria escola gera desigualdades idiossincráticas que mantêm, (re)criam ou exponenciam estas desigualdades.Palavras-chave: Escola. Desigualdade escolar. Funções educativas.

Educação de tempo integral, política pública educacional e desigualdade

“…Essa desigualdade é velada, uma vez que a busca por igualdade escolar não vem se refletindo em igualdade de gênero no bojo do social, já que as mulheres recebem rendimentos menores, até mesmo em ocupações de cargos em que se exerce a mesma função que um homem; são menos numerosas nas profissões de maior prestígio (econômico e social) e, na maioria das vezes, destinadas a profissões já socialmente feminizadas: ensino, saúde e trabalho social (DUBET, 2008;RODRIGUES, 2018 No quesito cor/raça, os dados coletados em relação a matrícula nas escolas ECI e ECIT mostram que o percentual entre os brancos é maior na escola ECIT (30,08%), que oferece o ensino técnico integrado ao médio permitindo ao estudante, através de matrícula única na rede de ensino, realizar a formação técnica ao mesmo tempo em que cursa o ensino médio. E em relação à escola ECI, conforme os dados coletados, a taxa de matrícula de alunos autodeclarados brancos corresponde apenas a 16,66%.…”

“…Sendo assim, buscou-se a articulação de autores já consagrados na literatura clássica com autores contemporâneos do campo da sociologia da educação e da política educacional, mostrando a atualidade com que o tema se apresenta. Dessa forma, a pesquisa está sendo desenvolvida a partir de uma abordagem metodológica qualitativa e quantitativa, buscando contribuir com o campo de estudo, conforme os indícios já apontados no trabalho de Rodrigues (2018), onde foi mostrado que as peculiaridades da política educacional têm suas próprias idiossincrasias para reagir frente às desigualdades que se dão a priori, podendo gerar "novas" e exponenciar "velhas" desigualdades. A posteriori, a política educacional também pode reduzir, ampliar ou modificar as desigualdades, a depender de como suas escolas reagirão frente a essas desigualdades.…”