Neste artigo, problematizamos as razões da crise da ciência brasileira, tendo como epicentro da análise o colapso do financiamento de pesquisas na segunda década do século XXI. Nesse contexto, com reformas políticas neoliberais e bloqueio dos fundos de financiamento, as universidades estatais brasileiras e seus pesquisadores encaram um dos momentos mais críticos para produzirem conhecimento. Nesse propósito, inicialmente recuperamos evidências da conjuntura que antecede e sucede as eleições de 2018 até a circunstância global do período analisado. Em seguida, brevemente, refletimos como o capital financeiro absorve a ciência reduzindo-a em tecnociência. Apresentamos dados da decadência no financiamento público à ciência e pesquisa. Analisamos o movimento da história política brasileira e seu processo de mudança no modelo econômico para o regime de predominância financeira, com início na década de 1990 por meio da Reforma do Aparelho do Estado. Configuração econômica que permanece na base política brasileira na regulação das contas públicas. Por fim, produzimos notas exploratórias sobre o colapso da ciência no Brasil. Trata-se de um artigo que analisa e faz crítica a reconfiguração por que se passa a universidade estatal, o trabalho do pesquisador e o decréscimo do fomento à pesquisa no Brasil.