AGRADECIMENTOSÀ Professora Doutora Iray Carone, por inúmeros motivos, mas principalmente pela orientação precisa, pela paciência, compreensão, carinho e amizade. Você esteve nos agradecimentos de minha dissertação de mestrado pela participação em minha formação na graduação. Hoje, depois do presente de tê-la como orientadora, posso entender melhor muitas outras coisas e perceber o quanto ainda preciso entender! Às professoras que participaram da pesquisa, pela gentileza, receptividade, sinceridade, por ainda acreditarem em um mundo melhor e -apesar das tamanhas dificuldades -construí-lo.
Às Professoras Doutoras Marilene Proença Rebello de Souza e Rosângela GavioliPrieto, pelas valiosas contribuições no exame de qualificação. À Professora Doutora Marie Claire Sekkel, pelo prazeroso convívio na Comissão do curso de licenciatura do Instituto de Psicologia da USP, no Programa de Aperfeiçoamento de Ensino, pela amizade e pelas profundas conversas nada acadêmicas! Você foi uma das minhas principais professoras sobre como ser professor. Este trabalho busca investigar as bases psicológicas da inclusão escolar. Baseia-se em estudo teórico e numa descrição empírica da subjetividade de professores de alunos com necessidades educacionais especiais. A partir do estudo de documentos e da literatura especializada, depara-se com a fundamentação axiológica da educação inclusiva. Passa, então, a refletir sobre as contradições de sustentar o discurso educacional em valores humanitários universais enquanto a contemporaneidade se desumaniza e considera tais valores ultrapassados ou ilusórios. Tomando como referencial a teoria crítica da sociedade, a Escola de Frankfurt, a pesquisa busca encontrar nas contradições fatores que estimulam e transformam: os próprios valores, que não são ilusórios já que derivados das condições materiais da existência, mas são passíveis de serem ultrapassados no tempo se negados e esquecidos. Ainda que decadentes devido à massificação na sociedade administrada eliminadora de diferenças, as forças sociais libertadoras e transformadoras fazem um retiro na esfera individual. Se o reconhecimento dos valores se dá nas esferas social, jurídica e afetiva, frente à crise das duas primeiras esferas, cabe perguntar como ele subsiste na terceira, na subjetividade individual. Impõe-se, portanto, o objetivo de identificar atitudes e valores relacionados à inclusão escolar e aos alunos com necessidades educacionais especiais nos professores, que lidam diretamente e por maior tempo com os alunos. Algumas categorias psicológicas -como ideais coletivos e individuais, fantasia, identificação, compaixão, atitudes, crenças, valores e preconceito -foram tomadas como norteadoras da seção empírica da pesquisa. Considerando-se que o meio privilegiado de expressão dessas categorias é a fala, foi utilizada a técnica de entrevista de discurso livre com sete professoras do nível um de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental paulistana. A análise e interpretação das entrevistas passam por temas como as más condições do trabalho do...