Esta pesquisa procura compreender o processo de formulação de identidade maranhense, informada por configurações simbólicas distintas historicamente. A partir de uma investigação na cidade de São Luis, são consideradas políticas, narrativas e instituições que afirmam diferenciação e semelhança entre Maranhão e Brasil -ou seja, região e nação.Atenta-se aqui para as experiências atuais que marcam essa identidade, para a estrutura de relações sociais, a história e as negociações de significados que atribuem sentidos a "ser maranhense". Estas questões são identificadas nas festas populares, promovidas por instituições culturais para os locais e para os turistas, enfocando disputas políticas, simbólicas e econômicas que perpassam os eventos, e destacando os distintos agentes neles envolvidos. A investigação considera as classificações sobre produções culturais que ordenam os valores erudito e popular, em hierarquias distintas, a partir das quais alguns símbolos assumem centralidade em contextos específicos da experiência identitária. Neste processo, a tradição articula passado e presente, e escolhe, num repertório de significados disponíveis, o que será lembrado e esquecido. As diferenças e desigualdades são percebidas e podem ser articuladas como distintos níveis de pertencimento. Porém, nessas articulações, percebe-se também o que se compartilha como maranhense, mesmo que os significados que lhes dá sentido (como maranhense) tenham variado ao longo do tempo.