O presente espaço, apesar de opcional, tem como intenção agradecer as pessoas e as instituições que contribuíram de alguma maneira para a elaboração do trabalho. Com certeza, poderia dedicar linhas e mais linhas agradecendo diversas pessoas que foram essenciais na construção desta pesquisa e da minha formação. Porém, a decisão tomada foi outra, na confiança de que aquelas e aqueles que colaboraram saibam o quanto sou grata e feliz por todo incentivo, aprendizado, amor e contribuição despendidos. Apesar de ter muitas pessoas para agradecer ao longo desta minha trajetória acadêmica, gostaria de dedicar a presente seção aos indígenas que tiveram suas vidas ceifadas durante os anos que fazia esta pesquisa.Como cita Ailton Krenak no documentário Guerras do Brasil.Doc (2019) os povos indígenas estão em guerra há séculos, como o presente trabalho também pontua em um recorte temporal do período colonial. Cabe ressaltar, que as inúmeras atrocidades que estes são acometidos não são somente de agora e que estiveram de maior ou menor forma presentes nos governos brasileiros. A escolha de dedicar este espaço para os indígenas que foram assassinados durante o processo desta pesquisa se dá para pontuar uma administração pública que paulatinamente atacou os direitos e soberania destes povos.Seria imprudente não lembrar e documentar os descalabros impostos pelo governo que atuou no Brasil enquanto pesquisava. Foram anos de ataques, desmonte, descaso e calamidades voltadas para estes, e tantos outros. Esta também é uma forma de construir memória, lembrar para não repetir. Fomos assolados pela pandemia de COVID-19 e pela demora na compra da vacina, o que afetou diretamente esta população devido às suas particularidades, mas também ao Brasil como um todo.É necessário que sejam respeitados os direitos constitucionais e legais dos povos indígenas, que estes possam ter uma vida digna e que não seja pautada intrinsecamente por resistir. São estes povos que nos mostram que há outros mundos possíveis, que devemos buscar um futuro ancestral (Krenak, 2022), em que a queda do céu não seja nosso destino (Kopenawa;Albert, 2015). "Tateio e sangro. Há um mais fundo nas coisas que não sei. NADANADA do fundo, apenas nomes." (HILST, 2013, p. 231) "Guarde os nomes; os nomes são tudo." (ESTÉS, 2014, p. 150) "Nomear não é dizer a verdade, e sim atribuir àquilo que se nomeia o poder de nos fazer sentir e pensar no que o nome suscita." (STENGERS, 2015, p. 37) "As palavras se impõem, lançam raízes na nossa memória contra a nossa vontade." (HOOKS, 2017, p. 223) "Consciousness of exclusion through naming is acute." (HARAWAY, 2000, p. 76) RESUMO HAAG, Clara Beatriz. As mudanças nos topônimos amazônicos na Era Pombalina: um olhar para além da motivação saudosa. 2023. Dissertação (Mestrado) -Faculdade de Filosofia,