Este artigo analisa como programas policiais cobriram a pandemia de Covid-19. A hipótese é que, em virtude do formato de mediação, os apresentadores extrapolam a liberdade de expressão e podem expor a sociedade a condições vulneráveis. Inicialmente, contextualizou-se a conjuntura política para localizar a postura do governo federal no enfrentamento ao vírus. Em seguida, a partir do escopo teórico da Economia Política da Comunicação e da técnica de criação de uma semana fictícia, analisou-se o conteúdo dos programas Brasil Urgente (Band) e do Alerta Nacional (RedeTV!). Os resultados indicam que a dependência econômica é nociva à cobertura crítica; os programas contribuíram para a difusão de informações falsas; e reproduziram a polarização política que opôs governo federal a governos estaduais.