As universidades caracterizam-se pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A extensão realiza conexões entre a academia e a comunidade não acadêmica, proporcionando trocas, construções e remodelações de saberes e fazeres. Assim, objetiva-se relatar, neste trabalho, as experiências vividas na Ação Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS), intitulada “Horta Comunitária: Intercâmbio de Saberes e Fazeres”, componente curricular ofertado pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, durante o segundo semestre de 2019. Trata-se de um relato de experiências vivenciadas no Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque), no bairro da Caixa D'água, em Salvador. Foram 15 encontros, envolvendo 51 estudantes, 3 professores e 2 colaboradores da Escola, a professora responsável pelo componente na universidade, 17 universitários de diferentes cursos e, em alguns encontros, estudantes e professores de outras instituições. Os encontros dividiam-se em dois momentos: atividades práticas na horta da Escola e reuniões para debates transdisciplinares, mas também ocorreu a participação em eventos ao longo do semestre. Tais atividades evidenciaram o esforço da ação curricular em fomentar a ecologia dos saberes, propondo o diálogo horizontal entre Escola e Universidade, a inclusão de saberes e fazeres historicamente marginalizados e a construção de conhecimentos. A adoção de uma metodologia horizontalizada permitiu a formação ampliada dos participantes, de forma transdisciplinar, como ferramenta para a educação em saúde, incentivando a autonomia dos sujeitos e difundindo conhecimentos agroecológicos. A realização desta atividade possibilitou a (re)construção de uma horta comunitária, a reflexão coletiva sobre a importância destes espaços, o respeito a conhecimentos tradicionais e a construção de saberes a partir da transdisciplinaridade.