Lesões por pressão (LPP) representam um dos eventos adversos assistenciais mais frequentes, de modo a causar desconforto e dor ao paciente, bem como aumentar a morbimortalidade do quadro inicial e o risco de infecções hospitalares. A segurança do paciente é um elemento essencial à qualidade do cuidado, para tanto devem ser seguidas as formas de evitar o desenvolvimento dessas lesões. Objetivo: investigar a ocorrência de lesões por pressão em pacientes internados em um hospital público de Brasília. Método: estudo transversal, retrospectivo, realizado no Hospital Regional da Asa Norte da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. A coleta de dados compreendeu o período de janeiro a dezembro de 2021 e foi realizada através de exploração do banco de dados do núcleo de segurança do paciente e por busca ativa em prontuários eletrônicos. Foram investigados o perfil dos pacientes vítimas de lesões por pressão, com as variáveis idade, sexo, diagnóstico na admissão, unidade de internação, tempo de internação, mobilidade do paciente, realização de mudança de decúbito, região anatômica e grau tecidual das lesões. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: A incidência de lesão por pressão foi de 11,79%. O total de lesões encontradas no período foi de 288 e o total de pacientes acometidos foi de 154, sendo 59,1% masculino e 40,9% feminino. A idade média dos pacientes foi 58,71±18,45 anos e a média do período de internação foi de 46,16±53,65 dias. Os setores onde houve mais registro de ocorrência de LPP foram: Unidade de Terapia Intensiva (62,99%), Unidade de Internação de Clínica Médica (12,99%) e Unidade de Internação de Cirurgia Plástica (12,34%). O diagnóstico de admissão prevalente foi COVID-19 (51,95%), seguido de outras doenças respiratórias (20,13%). Os fatores de risco mais frequentemente encontrados foram: restrição de mobilidade (88,31%), terapia enteral/parenteral (87,66%), desnutrição (52,60%), hipertensão arterial (46,75%), anemia (37,66%) e obesidade (27,27%). A medida preventiva de mudança de decúbito prescrita em quase totalidade dos pacientes (94,16%) e realizada em 128 (83,12%). A quantidade de 1 LPP por paciente foi prevalecente, sendo os principais locais anatômicos de acometimento a região sacrococcígea (34,03%), calcâneo (13,89%) e glúteo (7,99%). Por fim, o grau tecidual indicou prevalência de lesões em estágio 2. Conclusão: a presente pesquisa elucida aspectos importantes envolvidos na ocorrência das LPP e pode colaborar com a equipe de assistência, com a comunidade científica e acadêmica na discussão dos caminhos para a redução de ocorrência dessas lesões que impactam o tratamento, na recuperação e no prognóstico dos pacientes.