Este trabalho tem como objetivo analisar como as empresas do agronegócio abordam as estratégias de sustentabilidade corporativa perante os stakeholders e como este posicionamento afeta as suas ações. A presente pesquisa é de abordagem qualitativa e exploratória. Foram analisados relatórios de sustentabilidade das 100 empresas listadas entre as maiores do agronegócio brasileiro segundo a Revista Forbes, considerando a adoção dos relatórios de sustentabilidade e relacionando com a relevância dada a cada stakeholder. Adicionalmente, foram efetuadas entrevistas com gestores das empresas relacionadas a partir do critério de saturação. Como técnica de análise, foi utilizada a análise de conteúdo, a qual foi baseada nos critérios GRI Standards para identificar os temas materiais prioritários das empresas e os grupos de stakeholders são priorizados e engajados. A análise dos relatórios de sustentabilidade apresenta que 42% das empresas amostradas não apresentam de forma descritiva dados claros do modelo adotado para definir e priorizar os seus stakeholders. Os resultados indicam que a metodologia GRI fornece indicadores para monitoramento da performance de sustentabilidade, porém sinaliza-se a incompletude e a possibilidade de omissão de temas relevantes. A gestão multistakeholder materializa-se em abordagens heterogêneas pelas empresas, ao mesmo tempo em que se busca a equidade entre os grupos, o acionista recebe atenção especial devido à necessidade de atração de capital. Esse é um processo que se baseia em escolhas internas, ou seja, é possível que alguns públicos surjam como potenciais influenciadores, entretanto, pode não haver interesse ou possibilidade de engajamento em um determinado momento. O estudo contribui para as empresas que estão ou desejam iniciar a sua jornada na sustentabilidade, fornecendo reflexões que possam motivar os seus primeiros passos ou acelerar a sua contribuição nesse contexto.