RESUMONo Brasil, por muito tempo uma tradição institucionalizante contribuiu para o estigma e isolamento social do sujeito em sofrimento psíquico, mas a partir do processo de reforma psiquiátrica, institui-se o modo de atenção psicossocial através de uma rede de serviços substitutivos entre eles os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Com isso, a partir da vivência acadêmica extracurricular nos serviços substitutivos proporcionada pelo Programa de Educação Tutorial (PET) saúde mental, crack e outras drogas este estudo tem por objetivo relatar a experiência de estágio em um Centro de Atenção Psicossocial II do município de Pelotas. Os estágios acontecem uma vez por semana e são supervisionados por profissionais do serviço. Durante a prática acompanhamos a rotina do local, incluindo oficinas terapêuticas, consultas de enfermagem, grupo de familiares entre outras atividades do serviço e a partir das necessidades e interesses dos profissionais e usuários elaboramos estratégias de apoio a equipe. Essa experiência nos permite conhecer o funcionamento dos serviços substitutivos e nos certificar que o cuidado qualificado deve ser em liberdade. Além disso, nos oportuniza contribuir com a equipe, estabelecer um vínculo positivo com os usuários e familiares e formular estratégias de atuação que melhore a qualidade de vida dos atores envolvidos.
INTRODUÇÃONo contexto atual, em que se discute a política nacional de saúde mental, é de extrema importância conhecer o cotidiano dos serviços substitutivos. No Brasil, por muito tempo uma tradição institucionalizante contribuiu para o estigma e isolamento social do sujeito em sofrimento psíquico, mas a partir do processo de reforma psiquiátrica institui-se o modo de atenção psicossocial, que preconiza uma atenção em saúde articulada à perspectiva de liberdade e cidadania.A Atenção Psicossocial é o paradigma transformador da reforma psiquiátrica e tem como característica principal a ousadia de inventar um modo de cuidar do sofrimento psíquico utilizando-se de espaços produtores de relações sociais pautadas por princípios e valores que buscam transformar as mentalidades, os hábitos e costumes cotidianos intolerantes em relação ao diferente, bem como construir uma ética de respeito à diferença (1)