“A intestina batalha” socialista moçambicana através de ‘Crônica da Rua 513.2’, de João Paulo Borges Coelho

Abstract

O presente texto analisa a experiência socialista moçambicana representada na obra Crônica da Rua 513.2, de João Paulo Borges Coelho, argumentando que o projeto literário do autor, e desta obra em especifico, questiona a história oficial pós-independente indicando silêncios e propondo memórias outras. Através da tríade Unidade, Trabalho e Vigilância, o artigo percorre o cotidiano de transformações de uma rua comum de Maputo, durante o processo de transição entre o colonialismo e a edificação do socialismo, atentando para as mais variadas relações estabelecidas entre um grupo de vizinhos (novos e antigos) com a nova ordem política pós-colonial. O objetivo principal do texto e, portanto, analisar a potencialidade da literatura de Borges Coelho em seu constante exercício de dilatação da(s) historia(s) moçambicana(s), indicando uma visceral relação entre ciências humanas e literatura. ---DOI: http://dx.doi.org/10.22409/abriluff2018n21a529.

Mozambique: Country Profile

“…However, Sambo and Guambe [41] criticized that despite several Constitution amendments, they aimed to consolidate the new State's sovereignty, not necessarily the will of the different social classes. For instance, tribalism and social inequality are still frequent [42,43], and civic space, inclusiveness, and freedom of speech are deteriorating [44]. Aliança Moçambicana da Sociedade Civil C-19 [45] stated that economic disparity is increasing in Mozambique and worldwide, resulting from an economic system based on the development and accumulation of capital reliant on the exploration of workers and nature.…”