“…Algumas pesquisas acadêmicas no campo em estudo buscam detalhar, na medida do possível o processo de legitimação da moda no Brasil, que começou a ganhar, de forma discreta, características próprias a partir da década de 20 do século passado (1920), momento em que as indústrias têxteis nacionais começaram a nivelar sua capacidade de produção de tecidos às concorrentes europeias e às americanas, ou seja, estavam aptas a produzir bens equivalentes com preço competitivo (NEIRA, 2008;BONADIO, GUIMARÃES, 2010). Essa década é marcada pelo movimento modernista, pela semana da arte moderna em 1922, com a antropofagia (VILLAÇA, 2007) em que personalidades atuantes no segmento (editores de revistas de moda e dirigentes têxteis) começaram a se indagar se o mercado brasileiro têxtil deveria continuar seguindo as referências estéticas estrangeiras que chegavam ao Brasil por meio do cinema e revistas, uma vez que as características climáticas e culturais do país eram (e são) distintas das do sistema de criação-consumo de moda europeu (NEIRA, 2008).…”