Este trabalho, um ensaio filosófico, explora as potencialidades do uso do debate filosófico e, portanto do método dialógico e dialético, no contexto de uma sala de aula, em particular no que diz respeito à formação dos futuros professores que lecionarão matemática. Para dar cabo desta empreitada criam-se cenas e dramatizações inspiradas no método platônico dos diálogos e, também, seguindo-se as reflexões ricoeurianas, a construção de narrativas em uma trama verossímil. Parte-se de uma afirmação atribuída ao matemático e filósofo Bertrand Russell para, a partir daí, explorar as concepções e crenças dos personagens em relação aos números, à matemática e ao ensino da matemática. A expectativa é que, dentre outras coisas, seja possível evidenciar a base analítica, simbólica, pautada na escrita, da qual o ensino da matemática se nutre e que, por outro lado, contribui para um processo de alienação do trabalho matemático ao se desconsiderar os contextos de produção, distribuição e controle do conhecimento matemático.