A Maleabilidade Do Plantão Psicológico Nos Contextos De Atuação: Uma Medida Preventiva À Pós-Modernidade

Abstract

A pós-modernidade trouxe inúmeras inovações e transformações sociais, tecnológicas, financeiras e também psicológicas para a vida em sociedade. Decorrente de um ritmo acelerado e que preza pela produção e autossuficiência, a vida em uma sociedade contemporânea abarca algumas consequências para aqueles que tentam sobreviver a tantas imposições, regras, deveres e prazos. O objetivo desse artigo é o de refletir sobre a prática da Psicologia inserida na contemporaneidade, bem como refletir sobre os produtos advindos da vida em sociedade pós-moderna, buscando entender as consequências subjetivas pelo mal-estar contemporâneo causado nos indivíduos, por meio da revisão bibliográfica que abarcava o tema. A partir dessa reflexão, é proposta a ressignificação da psicologia como prática clínica tradicional, indicando a importância de a mesma permear pelos cenários sociais políticos e públicos, adequando a sua atenção teórica e metodológica a todos os locais que dela necessitarem, ressaltando a importância de considerar as produções dos transtornos emocionais como consequências do funcionamento de tal sociedade. Considerando o novo funcionamento social no qual os indivíduos estão inseridos, busca-se o uso de uma modalidade de atendimento maleável e abrangente, propondo o uso do Plantão Psicológico como modalidade preventiva de atendimento psicológico, para atender as mais diversas demandas, como atitude facilitadora, ao oferecer uma abertura para o novo, o dinâmico e o contemporâneo, criando um espaço de escuta e acolhimento para o momento em que o sujeito se sente em sofrimento, pois tal atuação permite sua adequação aos mais diversos contextos e estruturas para ofertar o atendimento psicológico.

Ser escutado, perceber que suas experiências importam, contribui para o resgate da dignidade do ser humano

“…A classificação dos artigos segundo o tipo de estudo foi realizada a partir da definição constante nos próprios trabalhos, e, nos casos em que essa informação não estava presente, através da identificação dos procedimentos e métodos utilizados. Com isso observou-se (Figura 1) uma predominância de pesquisas qualitativas (7) [16][17][18][19][20][21][22] , seguidas de relatos de experiência (6) [23][24][25][26][27][28] e estudos teóricos (4) [29][30][31][32] . Com uma produção cada, os trabalhos de natureza quali--quanti 33 e quantitativa 34 tiveram a menor frequência.…”

“…No tocante às temáticas do estudo, sete publicações 16,17,23,24,[29][30][31] buscaram abordar o plantão psicológico a partir de um enfoque teórico específico; seis [18][19][20][25][26][27] se debruçaram sobre o plantão psicológico enquanto prática clínica na formação em psicologia; e outros seis 21,22,28,[32][33][34] estudos trataram dos sujeitos atendidos no plantão. A seguir, detalhamos a análise do conteúdo de cada um desses conjuntos de artigos.…”

“…Essa categoria temática inclui estudos 21,22,28,[32][33][34] que refletem acerca de quem são as pessoas atendidas e como foram as experiências nesse dispositivo de escuta. Tratam do plantão como uma importante prática de atenção às pessoas em situação de sofrimento/angústia.…”

“…Neste momento, cabe analisar o local em que se deu a prática do plantão nas pesquisas (Figura 2), constatando-se uma predominância dos serviços-escola das universidades, que configurou o campo de estudo de 11 publicações 17,19,20,[22][23][24]26,27,29,30,34 . É importante esclarecer que, dentre os 19 estudos analisados, um 32 não abarcou um local de prática em sua investigação, explorando o plantão sem distinção de um contexto específico. Assim, 61% das produções em que o lugar do plantão integrou o contorno do estudo, desenvolveram-se a partir dos serviços-escola.…”