A migrante trabalhadora do sexo na Europa: construção e governança de uma ameaça | The migrant sex worker in Europe: constructing and governing a threat

Abstract

Com base na teoria crítica da segurança sobre a construção do outro como sujeito diferente e perigoso, esse artigo desenvolve um estudo crítico dos discursos dominantes sobre os fenômenos de tráfico sexual e migração pelo trabalho sexual na Europa. Busca-se realizar uma análise do processo de securitização através do qual a migrante prostituta é identificada como uma “vítima criminosa”, que coloca em risco a ordem pública, o modelo da família tradicional, a sexualidade feminina e a soberania dos Estados europeus.ABSTRACT This article develops a critical study of the dominant discourse on sex trafficking and transnational sex work in Europe, by relying on the critical security theory about the construction of the “other” as a different and dangerous subject. It seeks to analyze the process of securitization of migrant prostitutes, through which they are identified as "criminal victims" who challenge the public order, the traditional family structure and female sexuality, and ultimately the sovereignty of European states. The degree of dangerousness of irregular migrants involved in prostitution is defined through a construction of their risk profile, which serves as a justification to implement policies of body and movement control, by restricting immigration entrance, criminalizing or deporting them to their countries of origin.Palavras-chave: Migração, Securitização, Tráfico sexualKeywords: Migration, Securitization, Sex traffickingRecebido em 25 de Janeiro de 2018 | Received on January 25, 2018 Aceito em 02 de Abril de 2018 | Accepted on April 2, 2018DOI