A Moral Como Parte Integral Da Produção Da Vida Social. Uma Leitura Heterodoxa Dos Escritos De Émile Durkheim

Abstract

Resumo Este artigo esboça uma aproximação ao tratamento antropológico da moral como parte integral da produção da vida social por sujeitos concretos, socialmente situados. Para tanto, faço uma leitura dos escritos de Émile Durkheim sobre a moral que se distancia da ortodoxia atualmente predominante nos estudos antropológicos. Procuro orientações para definir a moral, dar conta de suas relações com a ação humana e abordá-la como um fenômeno correspondente ao plano da cognição humana. Ilustro meu ponto de vista com materiais etnográficos referidos à dimensão moral dos conflitos desenvolvidos numa cooperativa de pescadores artesanais às margens do rio Paraná, na Argentina.

La inversión de la teoría en la etnografía en antropología social

“…Cabe agregar que este episodio me condujo a reorientar mi perspectiva teórica sobre el análisis antropológico de la moral hacia el problema de las relaciones entre su aprendizaje y las distintas formas en que ella se vincula con el comportamiento. Esto, a su vez, me permitió volver sobre mis materiales referidos a la cooperativa de pescadores (Balbi, 2016) para revisar mi análisis previo y dar cuenta de la estabilidad y eficacia relativamente mayores de los sentidos asociados a los conceptos de cooperativa y excedentes -vinculados con la experiencia prolongada de la explotación de los pescadores por 211 DOI: https://doi.org/10.31048/1852.4826.v13.n2.25508 ISSN 1852-060X (impreso) / ISSN 1852-4826 (electrónico) los acopiadores y la consecuente valorización del cooperativismo como recurso para combatirla-, que contrastaba con los sentidos cambiantes de los de democracia, igualdad, etc.…”

“…El punto central de su lectura de Durkheim se encuentra enArchetti (1997). He reseñado en detalle mi apropiación de las ideas de ambos autores enBalbi (2016).…”

“Uma casa dividida?”: ética e moralidades nos conflitos sociais Pitaguary (CE)

“…Esta, precisou lidar com uma dificuldade teórica, no que diz respeito a abordagem durkheimiana sobre a moral. O sociólogo francês assimilou (ou igualou) essa esfera ao domínio do social a tal ponto que fragilizou em grande medida a liberdade humana, reduzindo, assim, o conceito à preceitos positivistas e funcionalistas de regularidade, socialização, integração da coletividade e de controle social (Laidlaw apud Balbi 2016). Ao relacionar o fato moral com regras, normas de conduta, sanções e ao mesmo tempo com certa obrigação e desejabilidade por parte dos indivíduos, Durkheim acabou reificando tanto a sociedade quanto a moralcomo se esta se situasse em um plano de realidade diferente da vida real.…”

“…Neste artigo, busco redirecionar o foco teórico da moral relacionando-o mais a ação, fugindo de pressupostos supostamente universais sobre a liberdade e a agência (Mahmood 2006;Ortner 1995). Tal postura implica em perceber a 'ética' ou a 'moralidade' como meios de autogoverno dos indivíduos em função de seus 'projetos' de vida ou de sua aspiração a se tornarem 'sujeitos morais' (Balbi 2016).…”