IntroduçãoO câncer da vulva (CV) constitui moléstia debilitante e freqüentemente é diagnosticado tardiamente, apesar de ser manifestação da genitália externa feminina. Em geral acomete pacientes do grupo etário avançado, dentre as quais 90% encontram-se acima dos 50 anos 1 , com um pico de incidência ao redor dos 66 anos 2 , contudo, em torno de 12% a 15% dos casos ocorre em mulheres jovens, antes dos 45 anos 3,4 . O pudor, principalmente nas classes sociais menos favorecidas, pode retardar a procura do médico pela paciente 1 . Em alguns casos, pode ocorrer também falha na avaliação, quando o tumor está em sua fase incipiente 2 . Nos países em desenvolvimento, o diagnóstico freqüentemente é feito em estádios mais avançados 5 , chegando a 84% dos casos nos estádios III e IV 6 . Nos países desenvolvidos o diagnóstico nos estádios III e IV oscila entre 18,5 e 49% 7 e, no Brasil, a descoberta de casos nos estádios III e IV ocorre em 36% a 57% das pacientes 8,9 . O fator prognóstico mais importante é o acometimento dos linfonodos regionais. A sobrevida pode chegar a 90% quando os linfonodos são negativos, independente do estádio inicial, sofrendo redução para 25% a 60% quando estes linfonodos são positivos 3,10,11 . Alguns autores têm insistido que a sobrevida de pacientes com câncer da vulva depende do estadiamento recomendado pela FIGO,