A diversidade destaca-se como característica marcante da ficção brasileira contemporânea, presente em múltiplas formas, tons, temas e, sobretudo, múltiplas convicções sobre o que é literatura (RESENDE, 2008). Neste contexto, ganha relevo a ocupação da cena literária protagonizada por vozes que, antes, se encontravam à margem da produção literária nacional. Esse aspecto está alinhado às mudanças ocorridas no período pós-moderno, entre elas as relacionadas ao campo da comunicação, no qual a internet alterou o modo de ser e estar no mundo, o que inclui as práticas literárias. Diante disso, a rede passa a ser um novo e importante suporte para a produção, a divulgação e o exercício crítico do fazer literário. A partir do exposto e tomando como base os pressupostos teóricos abordados por Dalcastagnè (2012), Nascimento (2009), Patrocínio (2013), Resende (2008), entre outros estudiosos, o presente artigo tem por objetivo analisar a recepção crítica na internet das edições Caros Amigos “Literatura Marginal – A Cultura da Periferia”, que são um marco para a consolidação do movimento literário marginal periférico. Como resultado do estudo, observa-se que, embora de forma tímida, o exercício de recepção crítica das edições não se fez ausente na rede, contribuindo para o fortalecimento do projeto político-literário idealizado e desenvolvido pelos escritores da periferia.