saúde e de vida da população urbana de Botucatu, SP (Brasil). II -Conhecimentos e opiniões da população sobre sintomas de doenças, 1983. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 23: 196-206, 1989.RESUMO: Com objetivo de verificar o grau de informação da população urbana de Botucatu sobre questões de saúde, foram pesquisados conhecimentos e opiniões a respeito da freqüência e gravidade de treze sintomas e sinais de doenças, em 1.005 famílias amostradas. As respostas foram analisadas segundo idade, sexo, escolaridade e estrato sócio-econômico e mostraram tendência compatível com os conhecimentos da medicina científica. Na comparação dos sexos, por idade, as mulheres (adultas jovens) valorizaram mais do que os homens a freqüência e a gravidade da maioria dos sintomas. Os escores altos conferidos para a gravidade tenderam a diminuir com o aumento da escolaridade para todos os sintomas. Houve variações, entre os sintomas, na valorização da freqüência, de acordo com os estratos sócio-econômicos, com tendência à diminuição dos escores altos para gravidade, com o aumento do nível sócio-econômico. O grau de informação encontrado na população contraria o preconceito ainda existente na área médica, a respeito do conhecimento dos leigos. Foi levantada a hipótese de que a amostra estudada teve acesso a múltiplas fontes de informação, entre as quais a extensa rede local de serviços médicos.
DESCRITORES:
INTRODUÇÃOComo parte de um projeto que visa à análise das condições de saúde e de vida da população urbana de Botucatu 4 , o presente trabalho resultou do interesse em se verificar, à época, através da avaliação de seus conhecimentos sobre sintomas, o grau de informações em saúde a que as pessoas estariam expostas, no contexto dos serviços situados no Município. Julgou-se igualmente importante que esta pesquisa representasse um referencial, antes da nova expansão e cobertura de serviços de saúde então previstas, o que realmente ocorreu, no Município, a partir de 1984.Por outro lado, diante do preconceito corrente, na área médica, de que os leigos, principalmente de estratos sócio-econômicos mais baixos, são ignorantes em questões de saúde, pretendia-se que os resultados divulgados, modificando essa postura, pudessem subsidiar os profissionais de saúde, que atuam no Municí-pio, no sentido de aperfeiçoar seu relacionamento com a clientela.Na literatura nacional, além dos trabalhos que, no campo da antropologia, contribuiram à medicina 22 , há poucas pesquisas sobre conhecimentos, opiniões e atitudes em relação a doenças, nenhuma delas dirigidas a sintomas 1,20,21,24 .Trabalhos estrangeiros que avaliaram percepção ou conhecimentos sobre doenças ou sintomas incluíram questões sobre atitudes a serem tomadas, principalmente sobre procura de cuidados médicos 2,3,11,12,14,26 .Não se situando no âmbito das análises antropológicas ou sociológicas, e por esse motivo não enfocando a percepção ou representação e sim conhecimentos, no presente trabalho utilizou-se de avaliação quantitativa, através de escores atribuídos para os fatores freqüência e gra...