Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Fernando Pessoa, Mar Português (1934) Aos santistas, Às memórias dos imigrantes, Àqueles cujo sotaque é diferente, Àqueles que deixaram suas casas e famílias para trás, Àqueles que atravessam oceanos, montanhas, desertos, tempestades e arames farpados, Àqueles cuja coragem não se mede..AGRADECIMENTOS Eu devia ter pouco mais de seis ou sete anos quando minha bisavó, dona Ermelinda, tomou nas mãos um objeto da mesinha de canto na casa da minha avó, Demaly. Ela virou seus olhos azuis para mim e perguntou: "Victor, isso é vosso?". Rapidamente, com a energia que as crianças têm, respondi: "Não, Bisa, é meu". De tempos em tempos, essa história vem à tona em encontros de família e é sempre acompanhada de muitas risadas. O que talvez minha bisavó não soubesse (eu com certeza não fazia ideia -e ainda hoje, em certos momentos, continuo sem a mínima certeza das coisas) é que aquele simples jogo de palavras seria algo que eu investigaria em uma tese de doutorado.Durante uma comunicação do Seminário de Pesquisa em Identidade e Discurso (2019), ouvi que o "pesquisador pesquisa a sua dor". Acho que muitas inquietações vêm de nossas experiências mais íntimas. Dentre outras coisas, vêm do cotidiano, da família e de pessoas próximas a nós. Em tempo, confesso que sempre iniciei a leitura de qualquer dissertação ou tese pelos agradecimentos. Para mim não faz sentido ler um trabalho sem tentar entender as motivações que levaram alguém a dedicar anos de sua vida para fazer uma pequena contribuição a esse mundo cheio de mistérios. Por isso, caso você ainda esteja lendo essa seção, obrigado. Prometo ser breve (embora quanto mais tempo levemos para produzir algo, mais gente tenhámos para agradecer).Vou seguindo em ordem cronológica, mas vou deixar que a emoção tome o fio da meada nessa condução. Meu muito obrigado aos meus pais, Rosa e Decio, exímios linguistas, pelo amor e compreensão. À minha irmã, Amanda, que desde sempre foi meu maior suporte.À Julia, por ser meu farol em tempos de sol e chuva.Deixando o seio da família, não posso deixar de agradecer à Fabiana Aramaki, por ter acreditado em mim em uma época que as pessoas mal me olhavam. Tampouco é impossível esquecer o professor Ms. Adalto Moraes de Souza, pelo incentivo, paciência e dedicação nos meus primeiros passos nas pesquisas linguísticas.Sempre gostei de dar aulas e de me envolver em diferentes projetos. Fico muito feliz que encontrei gente boa neles. Gente que me ajudou em diversos momentos. Obrigado à Mrs.Alexandra e à Mrs. Priscila, pelo apoio em todos os meus projetos malucos, à Mrs. Yaisa pelas conversas e auxílio nos momentos de correria, à Madame Patrícia, por toda a ajuda e inspiração, e ao rest...