Resumo Introdução A descentralização da vigilância em saúde demandou dos municípios uma reorganização dos processos de trabalho. Ao passo que aproximou o serviço do território, também suscitou desafios em formular propostas de intervenção sobre problemas de saúde. Objetivo Analisar o processo de trabalho dos profissionais que executam ações de vigilância em saúde no Brasil. Método Estudo de revisão da literatura de tipo scoping review. A estratégia de busca incluiu a consulta em bases de dados, Google Scholar e listas de referências, para artigos publicados entre 2000 e 2016. As buscas foram realizadas em abril de 2017 por dois pesquisadores, separadamente. A amostra compõe-se de 38 estudos. Resultados Resultaram cinco categorias: descentralização das ações de vigilância; vigilância em saúde e o trabalho em rede; processos educativos; análise territorial, e participação social. O processo descentralizado aproximou a vigilância do território e da comunidade, favorecendo a sua capacidade antecipatória, o trabalho intersetorial e a atuação ajustada aos problemas. Contudo, a descentralização ainda é um desafio na construção da vigilância como um trabalho em rede que tenha, como ponto de partida, a atenção básica, através de uma análise territorial. A resposta ao desafio exige processos de educação permanente e o engajamento participativo da comunidade e do controle social. Conclusão A descentralização exige ações conjuntas dos trabalhadores da vigilância e da atenção, tendo como base o território e as ações de cunho intersetorial e com participação social.