A Estratégia Saúde da Família (ESF) representa uma evolução significativa na atenção básica no Brasil, integrando equipes multiprofissionais para ampliar o acesso à saúde e promover um cuidado contínuo, especialmente em comunidades vulneráveis, como quilombolas, ribeirinhas e indígenas. Este estudo analisou o papel central dos enfermeiros na ESF, destacando suas atividades assistenciais, educativas e gerenciais. Esses profissionais desempenham funções estratégicas, incluindo visitas domiciliares, triagens e a criação de vínculos com as comunidades, essenciais para garantir a adesão ao cuidado.Os resultados apontaram que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) representam os principais desafios de saúde nessas populações, dadas as condições de vulnerabilidade socioeconômica e cultural. A atuação dos enfermeiros, ao integrar saberes tradicionais e científicos, demonstrou-se crucial para a prevenção, manejo e redução da prevalência dessas condições. A educação em saúde foi identificada como um pilar indispensável para fomentar hábitos saudáveis e aumentar a eficácia das intervenções. No entanto, limitações estruturais, como infraestrutura precária, alta rotatividade de profissionais e invisibilidade política, dificultam a continuidade e eficiência das ações. Esses fatores destacam a necessidade de políticas públicas robustas, investimentos em formação cultural para profissionais e estratégias integrativas que considerem as especificidades dessas comunidades. Conclui-se que os enfermeiros desempenham um papel transformador na ESF, contribuindo para a redução das desigualdades em saúde e a promoção de cuidados inclusivos e sustentáveis. O fortalecimento dessas práticas e a superação das barreiras estruturais são essenciais para consolidar a ESF como um modelo de equidade e eficiência na atenção primária no Brasil.