A violência escolar é problema que vem interferindo significativamente na qualidade da educação oferecida pelas escolas. Entre os vários tipos de violência que permeiam o ambiente escolar, o presente estudo centra-se na violência simbólica, de difícil percepção, dado o seu caráter velado nas relações interpessoais, envolvendo professores e alunos, alunos/alunos e a coexistência de práticas pedagógicas estabelecidas na organização escolar, na aplicação de normas e regras e nos conteúdos curriculares. Situando essa problemática, este estudo tem por objetivo buscar trabalhos que focalizam a temática, por meio de revisão bibliográfica, a fim de estabelecer a relação entre os currículos escolares e a violência simbólica emoldurada na prática pedagógica do docente. Para a compreensão da violência em contexto escolar, recorremos aos estudos de Abramovay (2002) e Charlot (2002); acerca do currículo, privilegiamos os estudos de Sacristán e Gómez (2000), que defendem a superação da fragmentação do conhecimento considerando a realidade do aluno para uma educação significativa. Para além, refletimos sobre as implicações da violência simbólica, pautando-nos nas concepções de Bourdieu e Passeron (1996), ressaltando os mecanismos de dominação do currículo e as práticas pedagógicas de um sistema educacional que visa à reprodução do conhecimento legitimado pela classe dominante. Diante das reflexões, verificamos que a violência simbólica tem sido instituída no espaço escolar por meio de práticas pedagógicas excludentes desenvolvidas na escola. Por fim, enfatizamos a relevância de se trabalhar os conteúdos curriculares de forma interdisciplinar, observando a realidade do aluno e superando a fragmentação do conhecimento.