O artigo pretende explorar as narrativas em torno da construção do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, em contraponto às demandas dos indígenas Anacé pela demarcação do seu território, visibilizando os conflitos entre a perspectiva indígena e a perspectiva do Estado que, aliada ao capital nacional e internacional, pretende garantir a implantação de inúmeras indústrias primárias na região. Resultado de um estudo qualitativo que triangula diversos métodos (observação participante, entrevistas livres e semi-estruturadas, além do levantamento bibliográfico e documental), busquei refletir sobre a agência e as mobilizações engendradas pelos Anacé para que suas narrativas, que conflitavam diretamente com as propostas do Estado do Ceará, fossem visibilizadas, tornando públicos, assim, outros sentidos de “desenvolvimento”.