Este trabalho se insere no campo teórico da psicanálise e tem por objetivo discutir, a partir do conceito de perversão, a relação entre o ato perverso e os assassinatos em série, através das comunicações que certos autores desse tipo de crime realizaram com a mídia e com as forças da lei. Para a realização desse objetivo foi feita uma análise de conteúdo, segundo Bardin (2011), em 35 cartas enviadas por sete assassinos em série diferentes para a grande mídia ou para a polícia. Como resultado, encontra-se o fato de que a estrutura desses documentos é bastante similar e apresentam descrições de seus crimes, seus estados mentais, além de ameaças à população e um deboche direcionado às autoridades e forças policiais. Por fim, nota-se que a estrutura do ato perverso, conforme pensada por Freud e Lacan, está presente nas cartas estudadas, que pertencem a épocas e lugares distintos, e cujos autores não tiveram contato direto entre si.