As teorias do desenvolvimento humano enfatizam a importância das experiências infantis na formação da personalidade. Acredita-se que o papel assumido pela criança na família tem implicações no comportamento adulto posterior. Adler propôs que a ordem de nascimento tem influência significativa no comportamento vocacional, e pesquisas recentes têm apoiado esta idéia. Este estudo teve por objetivo investigar diferenças de interesses vocacionais entre as seguintes categorias de ordem de nascimento: filhos únicos, primogênitos, 'do meio' e caçulas. Participaram 435 estudantes universitários de ambos os sexos, com idades entre 17 e 56 anos (Média=26,9). Os sujeitos responderam a uma medida de interesses vocacionais e a um questionário demográfico para definição da categoria de ordem de nascimento. Os escores de interesses foram comparados por análises de variância. Os resultados revelaram que filhos únicos têm maior interesse em investigação científica do que filhos 'do meio', e menor interesse empreendedor do que primogênitos. Os filhos 'do meio' revelaram interesse social mais elevado do que filhos únicos e primogênitos. Concluiu-se que filhos únicos, primogênitos, 'do meio' e caçulas desenvolvem processos vocacionais distintos, e recomenda-se o uso de informações sobre ordem de nascimento no aconselhamento vocacional.