Resumo
Objetivo Estudo prospectivo controlado em pacientes com discopatia degenerativa submetidos a artrodese intersomática lombar anterior instrumentada combinada com estabilização posterior.
Métodos Amostra com 64 pacientes consecutivos operados pelos mesmos cirurgiões ao longo de quatro anos. Metade das artrodeses intersomática lombar anterior foi efetuada em dois níveis, 43,8% em três níveis e 6,25% em um nível. Foram usadas caixas intersomáticas com parafusos integrados preenchidas com matriz óssea e proteína morfogenética óssea 2.
Resultados Metade da amostra apresentava cirurgias prévias à coluna lombar, 75% listeses degenerativas associadas e 62,5% patologia compressiva posterior da coluna lombar. Aproximadamente 56% da amostra apresentavam pelo menos um fator de risco de não união da artrodese. O índice Oswestry passou de 71,81 ± 7,22 no pré-operatório para 24,75 ± 7,82 na avaliação no fim do tempo de seguimento, enquanto a escala visual analógica da dor passou de 7,88 ± 0,70 para 2,44 ± 0,87 (p < 0,001). A melhoria clínico-funcional foi crescente de acordo com a intervenção num número superior de níveis, o que comprova a eficácia da artrodese intersomática lombar anterior multinível, aplicada em 93,75% da amostra. A taxa global de complicações foi de 7,82% e de complicações major de 0%. Não se identificou qualquer caso de não união.
Conclusão A artrodese intersomática lombar anterior instrumentada combinada com estabilização posterior é uma opção de sucesso na discopatia degenerativa uni ou multinível dos segmentos de L3 a S1, mesmo em presença significativa de fatores de risco de não união e cirurgias prévias da coluna lombar, garante resultados clínico-funcionais e radiográficos muito satisfatórios e reduzida taxa de complicações em médio prazo.