Neste artigo, efetua-se uma análise da aliança hegemônica neoliberal e neoconservadora no campo social, político e econômico global, o que gera fortes impactos também na educação. Pretende-se fomentar o pensamento em torno de possíveis articulações entre democracia, educação e diferença, a partir da operacionalização de conceitos elaborados por Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Judith Butler. Compreende-se que as políticas são produzidas em relações de poder conflitivas e antagônicas entre demandas diferenciais. A aliança hegemônica neoliberal e neoconservadora decorre da articulação entre essas demandas diferenciais que se tornam equivalentes e passam a compor o interior constitutivo da ordem estabelecida. Nela, não são contempladas demandas sociais que advogam por justiça e direito à educação, o que as faz o exterior constitutivo desse jogo político. Trata-se da produção discursiva da democracia interrelacionada à educação e à diferença como totalidade que serve à aliança neoliberal e neoconservadora do sistema capitalista. No entanto, qualquer totalidade será sempre parcial, precária e contingente. O desafio posto seria pensar na democracia radical, aberta às diferentes demandas, as quais, no jogo de disputas políticas, permanecem como exterior constitutivo do projeto hegemônico. Isso porque a democracia radical permite compreender e criar outras cadeias de equivalências que podem projetar e disputar com mais força as lutas contra-hegemônicas.