Na constituição da educação infantil de crianças do campo, das águas e das florestas, um conjunto de problematizações apresentadas por movimentos sociais e sindicais do campo passou a compor a pauta governamental federal a partir de 2008 (interrompida de 2016 a 2022, sem ter se consolidado). Muitos problemas se agravaram e outros demandam desdobramentos teórico-práticos para a construção de uma educação infantil na perspectiva das crianças e comprometida com suas realidades. Este artigo explora três condicionantes para formação, gestão e prática pedagógica: reconhecimento das continuidades e descontinuidades rural-urbano; incorporação da dimensão espacializada/territorializada das infâncias; construção teoria/prática evidenciando a pluralidade de territórios e a singularidade das infâncias. Há que se considerar a tríade escola-território-pertencimento, convocando creches e pré-escolas a se distanciarem de práticas concorrentes com o pertencimento da criança e a promoverem a interação dialógica de saberes interpenetráveis na mediação de conhecimentos e direitos universais e locais.