O texto discute as práticas pedagógicas na educação infantil, problematiza o currículo a partir de sua efetivação e pondera em que medida os encaminhamentos metodológicos conduzem à participação significativa das crianças. Toma como referencial os estudos de Barbosa, Foucault, Oliveira e Ostetto, que ajudam a identificar os tensionamentos e as ambiguidades relacionados às práticas desenvolvidas com as crianças em dois centros municipais de educação infantil, localizados em uma cidade de médio porte no interior do Paraná, no Sul do Brasil. Para a coleta de dados, foram realizadas observações e entrevistas semiestruturadas com oito professoras e duas gestoras. Foi possível reconhecer que as práticas docentes tendem a privilegiar atividades de controle e direção das crianças, com pouco espaço para o exercício e a construção da autonomia infantil, configurando-se em estratégias de governo dessa população.