RACIONAL: A apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico. Apesar de quase três décadas de pesquisa, comparando a apendicectomia laparoscópica com a apendicectomia laparotômica, as evidências científicas disponíveis não mostram consenso de opinião a respeito da melhor via de acesso para o tratamento da apendicite aguda. A apendicectomia videoassistida por acesso único transumbilical visa combinar as vantagens do acesso laparoscópico com a simplicidade da técnica laparotômica. OBJETIVO: Comparar as três técnicas sinalisando as vantagens existentes no acesso único transumbilical. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, comparativo de três séries englobando 1232 pacientes. As variáveis analisadas foram: tempo operatório, permanência hospitalar, complicações pós-operatórias precoces e tardias, dor pós-operatória e retorno às atividades habituais. RESULTADOS: Observou-se que os procedimentos acesso único transumbilical, apendicectomia laparoscópica e apendicectomia laparotômica apresentaram tempo de operação, em média, de 51,7 minutos, 75,5 minutos e 59,8 minutos, respectivamente, com diferença estatisticamente significativa. A incidência de dor pós-operatória, complicações gerais e infecção de ferida foram maiores no grupo apendicectomia laparotômica. Os grupos apendicectomia laparoscópica e acesso único transumbilical apresentaram retorno mais precoce às atividades habituais e menor permanência hospitalar. CONCLUSÃO: Atualmente não há condições de estabelecer-se entre as três técnicas a de padrão-ouro para o tratamento da apendicite aguda. A efetividade e a segurança da apendicectomia videoassistida por acesso único transumbilical, associadas aos atrativos da técnica, podem fazer dela a escolha preferencial na abordagem inicial dos pacientes com diagnóstico de apendicite aguda.