Introdução: A hidrocefalia é caracterizada pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano (LCR) no sistema ventricular cerebral, levando ao aumento da pressão intracraniana e dilatação dos ventrículos. Em crianças, manifesta-se por irritabilidade, crescimento acelerado do perímetro cefálico e sinais de hipertensão intracraniana. A derivação ventrículo-peritoneal (DVP) é uma técnica cirúrgica comum para drenagem do LCR. Objetivo: Analisar as complicações associadas à DVP em pacientes pediátricos, identificando fatores de risco, padrões de ocorrência e desfechos clínicos, para melhorar os cuidados e resultados clínicos. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa consultando PubMed e SciELO. Utilizaram-se descritores como "ventriculoperitoneal shunt," "complications," "hydrocephalus," "infection," e "malfunction". Foram incluídos artigos dos últimos cinco anos, em português e inglês, abordando complicações da DVP. Excluíram-se estudos fora do escopo, não disponíveis em texto completo e duplicados. Selecionaram-se 11 artigos para análise. Resultados: Foram integrados 11 artigos que destacaram complicações como infecções, mau funcionamento do dispositivo, obstruções e complicações abdominais. Infecções de shunt ocorrem em até 15% dos casos pediátricos, frequentemente nos primeiros 6 a 12 meses pós-cirurgia. O mau funcionamento do cateter distal é comum e requer revisões cirúrgicas frequentes. Complicações raras incluem pseudocistos abdominais, extrusão distal do cateter e infecções bacterianas gram-negativas, com altas taxas nos primeiros dias após a inserção do shunt. Revisões frequentes aumentam o risco de complicações. Conclusões: A DVP, embora eficaz, apresenta várias complicações que impactam a qualidade de vida dos pacientes pediátricos. Infecções e mau funcionamento do sistema são as complicações mais comuns. A gestão multidisciplinar e estratégias preventivas são essenciais para otimizar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes.