436RESUMO OBJETIVOS. Descrever os achados hepáticos na ressonância magnética em puérperas estáveis com síndrome HELLP. MÉTODOS. Realizou-se um estudo descritivo, do tipo série de casos, envolvendo 40 puérperas internadas na UTI obstétrica do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP), com diagnóstico de síndrome HELLP completa (presentes todas as alterações laboratoriais) e incompleta (uma ou mais alterações laboratoriais, porém sem todos os critérios diagnósticos) no período de agosto de 2005 a julho de 2006. RESULTADOS. A idade média foi de 26,8 ± 6,4 anos, com idade gestacional média no parto de 34 semanas. A ressonância magnética foi realizada entre oito e 96 horas depois do diagnóstico de síndrome HELLP (média de 56 + 31horas). O achado mais freqüente foi ascite em 20% (n = 8), seguindo-se derrame pleural (17,5%) e esteatose hepática (7,5%). A intensidade de sinal periportal foi normal em todos os casos e não se observaram casos de isquemia/infarto hepático ou de hematoma parenquimatoso ou subcapsular. CONCLUSÃO. Os achados da ressonância magnética pós-parto em puérperas estáveis com síndrome HELLP foram inespecíficos e, na presente série, não foram encontradas lesões importantes como hematoma parenquimatoso ou subcapsular, representando risco de vida para a paciente. Os resultados encontrados não corroboram a utilização desse exame de rotina para o seguimento de pacientes com síndrome HELLP.UNITERMOS: Síndrome HELLP. Pré-eclâmpsia. Imagem por ressonância magnética. Gravidez de alto risco.
INTRODUÇÃOA síndrome HELLP (H = hemolysis, EL = elevated liver function, LP = low platelet count), descrita por Weinstein, em 1982, caracteriza-se por hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia 1 . Freqüentemente encontra-se associada à pré-eclâmpsia e eclâmpsia e cursa com disfunção hepática durante a gestação 2 .Dentre os casos de pré-eclâmpsia, sua freqüência é variável, provavelmente devido às diferentes formas clínicas das síndromes hipertensivas e aos diferentes critérios diagnósticos utilizados 2,3 . Em nosso meio encontrou-se uma freqüência de 46% de síndrome HELLP entre pacientes admitidas em uma UTI obstétrica por distúrbios hipertensivos 4 .O diagnóstico precoce é laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Sibai et al., em 1990, propuseram uma sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico dessa síndrome, como hemólise (esfregaço de sangue periférico com esquizócitos, bilirrubina total > 1,2 mg/dl e desidrogenase láctica -DHL > 600 U/L), elevação de enzimas hepáticas (aspartato aminotranferase -AST > 70 U/L e DHL > 600 U/l) e plaquetopenia (plaquetas < 100.000/mm 3 ) 2 .Diversas críticas em relação ao rigor dos critérios diagnósticos foram feitas 5-8 , e muitos autores passaram a utilizar o conceito de síndrome HELLP parcial ou incompleta, ou seja, pacientes com uma ou mais, porém não todas as alterações laboratoriais consideradas como critérios diagnósticos da síndrome 9 . Considerando que a doença ...