A neurólise é indicada para reduzir o sofrimento neural e impedir a instalação de sequelas e incapacidades em pacientes com hanseníase. O objetivo deste estudo foi verificar o grau de limitação das atividades e a qualidade de vida de pacientes com hanseníase submetidos a neurólise para tratamento das neurites. Participaram do estudo os pacientes submetidos à neurólise no período de 1998 a 2011. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas, limitações das atividades (SALSA) e a qualidade de vida (WHOQOL-bref). As análises estatísticas incluíram a frequência, as medidas de tendência central e dispersão, os testes de Mann-Whitney e Kruskall-Wallis e o coeficiente de correlação de Spearman adotando-se p<0,05. A amostra foi composta por 36 pacientes com média de idade de 44,0 anos e 3 anos de pós-operatório. Seis pacientes apresentaram grau 0 de incapacidade; 18, grau 1 e 12, grau 2. A principal diferença da escala SALSA ocorreu entre o grau 0 (média 31,8) e o grau 1 (média 42,56). Os valores obtidos na análise do WHOQOL-bref incluíram os domínios físico (média 11,10), psicológico (média 13,41), relações sociais (média 15,15), meio ambiente (média 11,63). As facetas do WHOQOL-bref mais comprometidas foram: capacidade para o trabalho; sentimentos negativos (psicológico); atividade sexual (relações sociais); recursos financeiros (meio ambiente). Apesar da realização da neurólise, a maior parte dos integrantes apresentou limitações nas atividades, sendo maior naqueles com incapacidades físicas. A maior insatisfação na qualidade de vida foi no domínio físico, principalmente no que se refere à dor e à necessidade de cuidados de saúde.