A liberação de diversos tipos de nanopartículas no ambiente aquático pode resultar na exposição direta ou indireta do homem e de organismos aquáticos, ou impactos no comportamento de metais. A ausência de legislação ambiental específica para o descarte de rejeitos oriundos de atividades que utilizam nanopartículas, como centros de pesquisa, serviços de medicina nuclear e a indústria, tem contribuído para a liberação descontrolada desses materiais no meio ambiente tornando-os relevantes dentro do contexto ecotoxicológico. Neste estudo, o impacto de nanopartículas com uso promissor pela medicina nuclear (nanohidroxiapatita e ácido D, L-láctico-co-glicólico -PLGA) sobre o comportamento químico de metais, foi avaliado através de ensaios em microcosmos, estruturados com as condições do Canal do Cunha (RJ). Este canal é parte de um sistema aquático costeiro, impactado por rejeitos industriais, domésticos e hospitalar, com elevados teores em metais e materiais orgânicos, já reportados na literatura. Ao contrário de estudo prévio realizado com condições operacionais semelhantes ao presente estudo, porém estruturado com materiais de sistema aquático pouco impactado por esses rejeitos, este estudo não identificou modificações no comportamento de metais dissolvidos (Cu, Zn e Mn), após a introdução dos nanomateriais, devido ao elevado grau de degradação orgânica do sistema. O estudo atual corrobora a influência de compostos orgânicos no efeito do aporte de nanomateriais em ambientes aquáticos.Palavras-chave: nanopartículas, ambiente aquático poluído, ensaio em microcosmo