RESUMO -Este estudo comparou a utilização de estímulos bidimensionais e tridimensionais em um procedimento de instrução com múltiplos exemplares para instalar nomeação (integração dos repertórios de falante e ouvinte) em quatro crianças com autismo. Após uma linha de base de nomeação (Fase 1), treinou-se discriminação condicional por identidade com o experimentador tateando os estímulos modelo, discriminação condicional auditivo-visual e tato com novos estímulos (Fase 2). Atingido o critério na Fase 2, a Fase 1 foi replicada (Fase 3). Observada nomeação na Fase 3, a Fase 1 foi replicada com novos estímulos (Fase 4). Dois participantes demonstraram nomeação. Discute-se a efetividade do procedimento de instrução com múltiplos exemplares, o papel da modalidade de estímulos e a interação entre os repertórios de falante e ouvinte.Palavras-chave: nomeação, instrução com múltiplos exemplares, estímulos bi e tridimensionais, autismo
Teaching Naming with Objects and Figures for Children with AutismABSTRACT -The current study compared the use of two-and three-dimensional stimuli in a multiple exemplar instruction procedure to install naming (integration of speaker and listener repertoires) in four autistic children. Phase 1 evaluated the baseline of naming. Phase 2 trained identity conditional discrimination with the experimenter tacting the sample stimuli, auditory-visual conditional discrimination and tact with new stimuli. After reaching criterion in Phase 2, Phase 1 was replicated to verify the emergence of naming (Phase 3). Having observed naming in Phase 3, Phase 1 was replicated with new stimuli (Phase 4). Two participants showed acquisition of naming. The effectiveness of the multiple exemplar instruction procedure, the role of stimuli modality and the interaction between speaker and listener repertoires are discussed.Keywords: naming, multiple exemplar instruction, two-and three-dimensional stimuli, autism A integração entre os repertórios de falante e ouvinte tem sido apontada como um aspecto fundamental para o desenvolvimento de comportamentos simbólicos ou emergentes (Greer & Longano, 2010;Greer & Ross, 2008;Greer & Speckman, 2009;Horne & Lowe, 1996). Essa integração é central na caracterização do repertório comportamental definido como nomeação por Horne e Lowe (1996).Horne e Lowe (1996) caracterizam nomeação como uma relação comportamental bidirecional que integra funções de falante e ouvinte tal que a presença de uma pressupõe a outra. Quando, ao observar uma pessoa nomear um determinado estímulo, uma criança aprende, sem treino direto, respostas de falante e ouvinte àquele estímulo, diz-se que essa criança adquiriu o repertório chamado nomeação. Por exemplo, ao ouvir uma pessoa dizendo lápis diante do estímulo lápis, a criança pode ser capaz de pegar o lápis quando solicitada (comportamento de ouvinte) e dizer lápis quando uma pessoa perguntar o que é isso? (comportamento de falante).Alguns estudos afirmam que os repertórios de falante e ouvinte são inicialmente independentes, ou seja, o aprendizado de um ...