Com base em uma abordagem sociocognitiva da linguagem, esta pesquisa investiga e analisa as construções referenciais da hiperonímia, bem como as estratégias de ativação dos objetos de discurso a elas subjacentes, formuladas por afásicos, por indivíduos com Doença de Alzheimer em fase inicial e por indivíduos pertencentes a casos não patológicos. Como instrumento metodológico, adota-se um protocolo composto por dezoito conjuntos de três co-hipônimos cada. Tal ferramenta tem como intuito focalizar e delimitar o trabalho linguístico e sociocognitivo, assim como o percurso enunciativo realizado pelos sujeitos ao categorizar. Em consonância com esse protocolo, foi elaborado um comando que propõe aos participantes a atividade de agrupar os itens lexicais (co-hipônimos) em um mesmo "conjunto", sendo essa a noção que ampara o conceito da relação semântica de hiperonímia. A análise das estratégias empregadas pelos participantes dos casos patológicos, tal como a comparação entre elas e aquelas mobilizadas por indivíduos não afásicos e não Alzheimer, constitui a investigação científica pretendida propriamente dita.Tendo como principal motivação a necessidade de um melhor entendimento acerca das relações entre linguagem e cognição, a pesquisa fundamenta-se, do ponto de vista teóricometodológico, em três domínios: o da Semântica, o da Linguística Textual e o da Neurolinguística. Partindo da tentativa de categorizar e culminando na elaboração de enquadres cognitivos, apreciações, hiperônimos com diferentes graus de prototipicidade, holônimos, etc., os participantes revelam uma pluralidade de referentes, e explicitam o papel dos objetos de discurso como elementos dinâmicos, que são inseridos, mantidos, identificados, retomados, construindo ou reconstruindo, por esta via, os sentidos no curso da progressão textual KOCH, 2002). Assim, observando como os indivíduos constroem seus agrupamentos e os representam, podemos inferir as motivações que subjazem a esse procedimento de categorização.